domingo, 25 de março de 2012

                                  O Monstro e a Borboleta.






"Era uma vez um Monstro horrendo, que vivia sozinho em um pântano escuro e tenebroso. Ninguém ia aquele lugar, pois do jeito que ele era, dava muito medo, mas o problema não era só pelo Pântano e sim, pelo Monstro que lá vivia.

Um Monstro feio e horrendo, verde e nojento, com dentes grandes e enormes, pontiagudos que a cada urro assustador que ele dava, mostravam-se assustando a cada um que coragem tinham de ir ali. Porém, não era culpa do Monstro ser assim, mesmo sendo dessa forma, ele tinha um coração bom. Era gentil, carinhoso e humilde a quem merecia.

Mas ninguém tentava enxergar isso, pois por causa de sua aparência, todos tinham medo ou tentava lhe matar. O Monstro era tão sozinho naquele lugar, não havia ninguém que chegasse perto dele sem que lhe temesse ou tentasse lhe matar.

Ele vivia choramingando pelos cantos, perguntando por que ninguém o queria, por que ninguém queria ser seu amigo, por que todos queriam lhe matar ou tinham medo de si.

Ele já estava cansado de tudo aquilo, ele queria um alguém que não lhe temesse, que não queria ver o seu mal, que lhe amasse, mas ninguém nunca... Nunca tentou ver-lo de outra forma que não fosse um Monstro assustador.

Até aquele dia...

Ele estava sentado perto de uma árvore, como sempre deprimido por estar sozinho, sonhando sobre algum dia encontrar alguém que lhe quisesse por perto, até que ouviu um pequeno barulho de folhas se mexendo, alarmando-se.

O Monstro olhou para onde vinha o barulho, passando-se alguns segundos ele viu uma pequena borboleta perdida pois errou o caminho sem querer, ela olhava para os lados perdida sem saber aonde estava, até que avistou o Monstro...


E pela primeira vez... 

Alguém aproximou-se dele e, com gentileza, falou consigo...

Foi como se pela primeira vez, ele tivesse visto o Sol, brilhando alegremente em volta de si...

Ela havia lhe perguntado onde estava e desculpou-se em seguida, por ter entrado em sua terra, sem o consentimento do mesmo. Explicando-lhe que havia se perdido. Ele sorriu, o que assustou-a um pouco, logo o Monstro fechava a boca, fazendo com que ela risse de si. Envergonhado ele coçou sua cabeça.

Ele falou a pequena criatura que ela estava em um Pântano e que uma criatura deste tamanho, tão pequena, não deveria entrar por ali sozinha, poderia ser perigoso. A mesma lhe sorriu e disse que não havia problema, pois tinha acabo de fazer um amigo ali e que ele iria lhe proteger. O Monstro sentiu-se tão feliz ao ouvir essas palavras, que um sorriso tão grande formou-se em seu rosto, que era quase impossível de se ficar ali.

Os dois passaram horas e horas conversando e quando estava anoitecendo, ela disse que teria que ir embora e lhe perguntou aonde achava o lugar onde ela tinha quer ir, ele abaixou a cabeça triste, falando que não queria que ela fosse embora.

Mas ela lhe sorriu e disse que amanhã voltava, para conversar mais com ele, pois ele era seu amigo e não queria lhe deixar sozinho. Feliz o Monstro contou os caminhos que ela deveria seguir até chegar ao seu destino.

Chegou o outro dia e ele esperava ansiosamente pela volta da pequena criatura, porém ela não chegava... O Monstro já estava ficando nervoso e irritado, até que ouviu ela gritar por si, desculpando-se por se atrasar, pois havia errado o caminho. Aquele pântano era enganoso demais. Soltando uma sonora gargalhada, o Monstro disse que não importava mais.

E eles conversaram mais e mais, ele havia perguntado o que aquela pequena criatura era e ela lhe disse que era uma pequena borboleta, que havia se transformado a pouco tempo. Ele falou para ela, que a mesma era linda demais e que mais parecia um anjo, do que uma simples borboleta. Ela ficou acanhada e lhe agradeceu pelos lindos elogios, perguntando o mesmo a ele depois. O mesmo acabou por ficar um pouco tenso, não queria contar-lhe o que era ela poderia ficar assustada e nunca mais voltaria.

Ela percebeu como ele estava e de forma carinhosa disse que estava tudo bem e que nunca mais ela deixaria ele, seja por qual motivo fosse. Ainda com um pouco de medo, ele contou a ela que era um Monstro, um Ogro mais precisamente e para surpresa do mesmo, ela começou a rir, perguntando se aquilo era uma piada, pois ele não tinha nada de Monstro.

Fazendo com que pela primeira vez... Ele sentisse o que era felicidade...


E assim se foi vários e vários dias... Ela ia até o pântano e o Monstro esperava a pequena Borboleta todos os dias, feliz por estar com ela, rindo de quando ela chegava atrasada falando que havia se perdido novamente.


Mas uma pessoa não pode ser feliz para sempre...


Nesse dia... Ela havia chegado um pouco mais tarde do que de costume, quando o Monstro avistou a pequena Borboleta, levantou feliz de onde estava sentado, sorrindo enquanto a esperava chegar. Jogando uma pequena piada, perguntando se ela havia se perdido novamente, porém nada a mesma respondeu. Foi então que ele a viu com a pequena cabeça baixa, vindo em sua direção séria.

Ela parou na frente do Monstro, vendo o sorriso do mesmo desaparecer de seu rosto. Os dois ficaram se encarando, ele confuso e ela séria e triste. Ficaram em silêncio por vários e vários minutos, que mais parecia uma eternidade.

E foi ai que ela disse... Aquilo...


"Eu vou embora." Foram às palavras que saíram de sua pequena boca, o Monstro ficou em estado de choque, ainda tentando entender aquelas palavras. Ela lhe olhava com os olhos úmidos, porém sérios.

E então... Sentiu uma dor que nunca havia sentindo antes...

Pior do que qualquer outra fisicamente ou de outra forma. Ele perguntou desesperado, a pequena criatura por que ela estava indo, por que o estava abandonando.

"Porque sim... Tenho que ir... Adeus Monstro..." Foi o que ela respondeu, virou-se e foi embora, voando por ai. O Monstra já desesperado, não queria perder ela, a única que lhe amou, que lhe fez feliz, a única... Não queria que ela fosse embora, ela não podia ir...

O Monstro viu-a indo embora, e sem se dar conta de suas atitudes... Ele pegou-a em suas mãos e a prendeu, falando que não a deixaria ir embora... Nunca mais, porque ela não poderia ir, não poderia deixar-lhe...


Dias e dias se passaram ela com presa em suas mãos... Ela gritava e pedia para que ele lhe soltasse, implorava, mas ele sempre dizia que não iria deixa-la ir e que ela não precisava ir embora, porque ele podia fazer ela feliz e ela pedia para que ele a soltasse. Mais dias se passaram e ela continuava presa.


Até que um dia, ele acordou e sentiu que tudo estava quieto demais, silencioso... Não sentia nada. Preocupadamente, o Monstro começou a abrir a mão lentamente, espiando por entre as partes abertas ali dentro. Quando finalmente o mesmo havia aberto suas mãos, viu a pequena Borboleta deitada entre elas, imóvel.

Desesperado ele começou a gritar por ela, mas a mesma não se mexia. Por vários e vários minutos, ele gritava por ela, mas ela não fazia nada... Já quase desistindo, chamando baixinho por ela, chorando... Implorando pra que ela se mexesse, pedindo desculpas a tudo... Mas ela não se movia, até que...

Uma pequena asinha tremeu, e os pequenos olhinhos se abriram...

Feliz ele olhou para ela, quando a mesma tentou voar ele se alarmou, porém não fez nada... Ela não conseguia voar direito, pois havia ficado dias demais presa em um lugar apertado. O Monstro sentiu-se culpado e chorando mais pediu desculpa por tudo... Ele só não queria perder ela, porque ele a amava, e ela era a única pra ele...


Ela passou mais um dia lá, sendo cuidada pelo Monstro que a cada segundo que passava, sentia seu coração doer mais e mais... Ele torcia para que ela mudasse de ideia, e não lhe deixasse, mas então...

O dia chegou... E com o coração apertado ele ouviu novamente o Adeus da sua pequena Borboleta anjo e com grossas lágrimas caindo por seu rosto, ele a viu ir embora...

Desde que ela se foi... Todos os dias... Ele rezava por ela e pedia para que ela fosse feliz e que nada de mal acontecesse com o seu pequeno Anjo... Pois ela era a coisa mais linda e importante nesse mundo para ele... E que nada no mundo conseguiria pagar tudo o que ela havia feito por si...


E a cada dia que se passava, em todos eles... O Monstro saía de sua casa no mesmo horário em que esperava ela vir, sentava apoiado em sua árvore e olhava o caminho por onde ela vinha...

Esperando a pequena borboleta voltar para si..."


Então... Se você ama algo, liberte-o... E se ele voltar, é porque tinha que ser... Se não, siga sua vida e vá em frente!




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E esse foi o Post de hoje, espero que tenha gostado... Beijos! ;**








                                    Adorável Pensamento