"Era uma vez um Monstro horrendo, que vivia sozinho em
um pântano escuro e tenebroso. Ninguém ia aquele lugar, pois do jeito
que ele era, dava muito medo, mas o problema não era só pelo Pântano e sim,
pelo Monstro que lá vivia.
Um Monstro feio e horrendo, verde e nojento,
com dentes grandes e enormes, pontiagudos que a cada urro assustador que ele
dava, mostravam-se assustando a cada um que coragem tinham de ir ali. Porém,
não era culpa do Monstro ser assim, mesmo sendo dessa forma, ele tinha um
coração bom. Era gentil, carinhoso e humilde a quem merecia.
Mas ninguém tentava enxergar isso, pois por causa de sua
aparência, todos tinham medo ou tentava lhe matar. O Monstro era tão sozinho
naquele lugar, não havia ninguém que chegasse perto dele sem que lhe temesse ou
tentasse lhe matar.
Ele vivia choramingando pelos cantos, perguntando por que ninguém
o queria, por que ninguém queria ser seu amigo, por que todos queriam lhe matar
ou tinham medo de si.
Ele já estava cansado de tudo aquilo, ele queria um alguém que não
lhe temesse, que não queria ver o seu mal, que lhe amasse, mas ninguém nunca...
Nunca tentou ver-lo de outra forma que não fosse um Monstro assustador.
Até aquele dia...
Ele estava sentado perto de uma árvore, como sempre deprimido por
estar sozinho, sonhando sobre algum dia encontrar alguém que lhe quisesse por
perto, até que ouviu um pequeno barulho de folhas se mexendo, alarmando-se.
O Monstro olhou para onde vinha o barulho, passando-se alguns
segundos ele viu uma pequena borboleta perdida pois errou o caminho
sem querer, ela olhava para os lados perdida sem saber aonde estava, até que
avistou o Monstro...
E pela primeira vez...
Alguém aproximou-se dele e, com gentileza, falou consigo...
Foi como se pela primeira vez, ele tivesse visto o Sol, brilhando
alegremente em volta de si...
Ela havia lhe perguntado onde estava e desculpou-se em seguida,
por ter entrado em sua terra, sem o consentimento do mesmo. Explicando-lhe que
havia se perdido. Ele sorriu, o que assustou-a um pouco, logo o Monstro fechava
a boca, fazendo com que ela risse de si. Envergonhado ele coçou sua cabeça.
Ele falou a pequena criatura que ela estava em um Pântano e que
uma criatura deste tamanho, tão pequena, não deveria entrar por ali sozinha,
poderia ser perigoso. A mesma lhe sorriu e disse que não havia problema, pois
tinha acabo de fazer um amigo ali e que ele iria lhe proteger. O Monstro
sentiu-se tão feliz ao ouvir essas palavras, que um sorriso tão grande
formou-se em seu rosto, que era quase impossível de se ficar ali.
Os dois passaram horas e horas conversando e quando estava
anoitecendo, ela disse que teria que ir embora e lhe perguntou aonde achava o
lugar onde ela tinha quer ir, ele abaixou a cabeça triste, falando que não
queria que ela fosse embora.
Mas ela lhe sorriu e disse que amanhã voltava, para conversar mais
com ele, pois ele era seu amigo e não queria lhe deixar sozinho. Feliz o
Monstro contou os caminhos que ela deveria seguir até chegar ao seu destino.
Chegou o outro dia e ele esperava ansiosamente pela volta da
pequena criatura, porém ela não chegava... O Monstro já estava ficando nervoso
e irritado, até que ouviu ela gritar por si, desculpando-se por se atrasar,
pois havia errado o caminho. Aquele pântano era enganoso demais. Soltando uma
sonora gargalhada, o Monstro disse que não importava mais.
E eles conversaram mais e mais, ele havia perguntado o que aquela
pequena criatura era e ela lhe disse que era uma pequena borboleta, que havia
se transformado a pouco tempo. Ele falou para ela, que a mesma era linda demais
e que mais parecia um anjo, do que uma simples borboleta. Ela ficou acanhada e
lhe agradeceu pelos lindos elogios, perguntando o mesmo a ele depois. O mesmo
acabou por ficar um pouco tenso, não queria contar-lhe o que era ela poderia
ficar assustada e nunca mais voltaria.
Ela percebeu como ele estava e de forma carinhosa disse que estava
tudo bem e que nunca mais ela deixaria ele, seja por qual motivo fosse. Ainda
com um pouco de medo, ele contou a ela que era um Monstro, um Ogro mais
precisamente e para surpresa do mesmo, ela começou a rir, perguntando se aquilo
era uma piada, pois ele não tinha nada de Monstro.
Fazendo com que pela primeira vez... Ele sentisse o que era
felicidade...
E assim se foi vários e vários dias... Ela ia até o pântano e o
Monstro esperava a pequena Borboleta todos os dias, feliz por estar com ela,
rindo de quando ela chegava atrasada falando que havia se perdido novamente.
Mas uma pessoa não pode ser feliz para sempre...
Nesse dia... Ela havia chegado um pouco mais tarde do que de costume,
quando o Monstro avistou a pequena Borboleta, levantou feliz de onde estava
sentado, sorrindo enquanto a esperava chegar. Jogando uma pequena piada,
perguntando se ela havia se perdido novamente, porém nada a mesma respondeu.
Foi então que ele a viu com a pequena cabeça baixa, vindo em sua direção
séria.
Ela parou na frente do Monstro, vendo o sorriso do mesmo
desaparecer de seu rosto. Os dois ficaram se encarando, ele confuso e ela séria
e triste. Ficaram em silêncio por vários e vários minutos, que mais parecia uma
eternidade.
E foi ai que ela disse... Aquilo...
"Eu vou embora." Foram às palavras que
saíram de sua pequena boca, o Monstro ficou em estado de choque, ainda tentando
entender aquelas palavras. Ela lhe olhava com os olhos úmidos, porém sérios.
E então... Sentiu uma dor que nunca havia sentindo antes...
Pior do que qualquer outra fisicamente ou de outra
forma. Ele perguntou desesperado, a pequena criatura por que ela estava indo,
por que o estava abandonando.
"Porque sim... Tenho que ir... Adeus Monstro..." Foi
o que ela respondeu, virou-se e foi embora, voando por ai. O Monstra já
desesperado, não queria perder ela, a única que lhe amou, que lhe fez feliz, a única... Não queria que ela fosse embora, ela
não podia ir...
O Monstro viu-a indo embora, e sem se dar conta de suas
atitudes... Ele pegou-a em suas mãos e a prendeu, falando que não a deixaria ir
embora... Nunca mais, porque ela não poderia ir, não poderia deixar-lhe...
Dias e dias se passaram ela com presa em suas mãos... Ela gritava
e pedia para que ele lhe soltasse, implorava, mas ele sempre dizia que não iria
deixa-la ir e que ela não precisava ir embora, porque ele podia fazer ela feliz
e ela pedia para que ele a soltasse. Mais dias se passaram e ela continuava
presa.
Até que um dia, ele acordou e sentiu que tudo estava quieto
demais, silencioso... Não sentia nada. Preocupadamente, o Monstro começou
a abrir a mão lentamente, espiando por entre as partes abertas ali dentro.
Quando finalmente o mesmo havia aberto suas mãos, viu a pequena Borboleta
deitada entre elas, imóvel.
Desesperado ele começou a gritar por ela, mas a mesma não se
mexia. Por vários e vários minutos, ele gritava por ela, mas ela não fazia nada...
Já quase desistindo, chamando baixinho por ela, chorando... Implorando pra que
ela se mexesse, pedindo desculpas a tudo... Mas ela não se movia, até que...
Uma pequena asinha tremeu, e os pequenos olhinhos se abriram...
Feliz ele olhou para ela, quando a mesma tentou voar ele se
alarmou, porém não fez nada... Ela não conseguia voar direito, pois havia
ficado dias demais presa em um lugar apertado. O Monstro sentiu-se culpado e
chorando mais pediu desculpa por tudo... Ele só não queria perder ela, porque
ele a amava, e ela era a única pra ele...
Ela passou mais um dia lá, sendo cuidada pelo Monstro que a cada
segundo que passava, sentia seu coração doer mais e mais... Ele torcia para que
ela mudasse de ideia, e não lhe deixasse, mas então...
O dia chegou... E com o coração apertado ele ouviu novamente o
Adeus da sua pequena Borboleta anjo e com grossas lágrimas caindo por seu
rosto, ele a viu ir embora...
Desde que ela se foi... Todos os dias... Ele rezava por ela e
pedia para que ela fosse feliz e que nada de mal acontecesse com o seu pequeno
Anjo... Pois ela era a coisa mais linda e importante nesse mundo para ele... E
que nada no mundo conseguiria pagar tudo o que ela havia feito por si...
E a cada dia que se passava, em todos eles... O Monstro saía de
sua casa no mesmo horário em que esperava ela vir, sentava apoiado em sua
árvore e olhava o caminho por onde ela vinha...
Esperando a pequena borboleta voltar para si..."
Então... Se você ama algo, liberte-o... E se ele voltar, é porque tinha que ser... Se não, siga sua vida e vá em frente!
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E esse foi o Post de hoje, espero que tenha gostado... Beijos! ;**
Adorável Pensamento